Dirigido por Michael Mann e estrelado por James Caan, o longa poderia facilmente ser mais uma história sobre roubos, no entanto consegue se destacar pelo realismo das cenas, pela belíssima fotografia e pelas excelentes atuações. Mostrando minuciosamente a forma como o protagonista trabalha logo na abertura, o filme tem um início lento, que permite ao público conhecer um pouco melhor os personagens e algumas de suas motivações, e ganha bastante ritmo e intensidade na metade final.
Inicialmente contrariado por não gostar de estar vinculado a ninguém, ele decide aceitar a proposta lucrativa como um último trabalho, no intuito de conseguir dinheiro suficiente para se aposentar e poder viver em segurança com a esposa. No entanto, no decorrer do tempo, a parceria com um criminoso conhecido o coloca em grandes problemas, fazendo com que ele comece a ser monitorado pela polícia. Além do mais, o aparentemente amigável Leo começa a demonstrar que não é tão pacífico assim quando é contrariado, ameaçando não só a vida de Frank, como também a de sua esposa e filho.
O longa de Michael Mann é considerado um clássico neo-noir, gênero que mistura características dos filmes noir tradicionais das décadas de 40 e 50, com aspectos mais modernos, como elementos visuais e conteúdos ausentes nos anteriores. Esse estilo, que começou a se distinguir a partir da década de 70, se caracteriza por sua fotografia escura, o posicionamento diferenciado das câmeras, a presença do anti-herói em conflito e ambientes urbanos. Em geral considerados menos refinados, possuem temas mais atuais, além de cenas mais realistas.
A produção, alias, tentou ser o mais efetiva possível, utilizando ferramentas reais usadas em assaltos, e o ator James Caan chegou a se ferir gravemente na mão em uma das cenas de roubo. O diretor Michael Mann teve a ajuda de policiais e ladrões como consultores para acrescentar elementos mais autênticos ao filme. Um destes consultores foi o ex-ladrão e ex-presidiário John Santucci. Uma das curiosidades e ironias do filme é a utilização de Santucci atuando como um policial, e Dennis Farina, que havia sido policial antes de ser ator, como um dos ladrões amigos de Frank.
Profissão: Ladrão marcou a estreia de nomes como James Belushi, William Petersen, Dennis Farina, John Kapelos, e Robert Prosky, além de ter sido a primeira grande oportunidade de Michael Mann, que anteriormente havia conseguido apenas trabalhos menores em séries e curtas. Já o protagonista Frank, havia sido pensado para Jeff Bridges, que acabou sendo recusado por ser jovem demais, e depois para Al Pacino, que devido a outros compromissos na agenda não pode aceitar. James Caan tornou-se a escolha perfeita para o papel, conseguindo captar a essência do personagem, chegando a improvisar em algumas cenas. Caan declarou que este foi um de seus filmes favoritos e que o monólogo no restaurante é a cena em que mais se orgulha de ter feito em sua carreira.
O filme possui uma bela fotografia
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